A Voz Humana (1930)
Autor: Jean Cocteau
Tradução: Alexandra Moreira da Silva
Intérprete: Emília Silvestre
Concepção e encenação: Carlos Pimenta http://www.sitedoblog.blogspot.com
Concepção, som e Imagem: Raquel Castro http://www.vimeo.com/1737899
Figurinos: Bernardo Monteiro
Música Original: Dead Combo http://www.deadcombo.net/Dead_Combo/News/News.html
Desenho de som: Francisco Leal
Desenho de luz: José Álvaro Correia
Uma Co-Produção: Ensemble http://www.ensembledeactores.com/| São Luiz Teatro Municipal http://www.teatrosaoluiz.pt | Festival Temps d’Images http://www.tempsdimages-portugal.com/index.html
Estreia no São Luiz Teatro Municipal – 28 a 30 de Outubro de 2011
Apresentações no Teatro Nacional de S. João – 18 de Novembro a 4 de Dezembro
Do seu em desordem uma mulher telefona ao amante que acaba de a abandonar. O telefone surge, nesta situação, como único elemento capaz de estabelecer a comunicação entre a solidão da mulher e os lugares de ausência do ex-amante.
O telefone cham quarto a uma voz sem corpo, sem local, mas plena de presença sonora. Desde logo uma voz apanhada numa rede de comunicações, sujeita a interferências, linhas cruzadas e terminações abruptas. Voz, respiração, movimento, ruído, valores que assumem aqui múltiplas possibilidades relacionais.
Nesta obra, cheia de palavras e de silêncios, o telefone enquanto mediador da expressão dos sentimentos revela-se essencial. Mas o que é hoje a voz humana, mais de setenta anos passados sobre a escrita da peça?
O que procuramos encontrar na voz? Uma ligação direta ao humano?!
No entanto essa ligação perde-se cada vez mais no advento da tecnologia e o homem vai-se transformando num simulacro inorgânico de si próprio. A voz já não nos devolve a imagem de um rosto. Transformada em sinais electro-acústicos tornou-se disfarce da realidade. Ainda seremos capazes de reconstruir o corpo ignorando esta outra dimensão do real?
A erradicação da distância é também a razão de ser do telefone. A tentativa de compensar ou, em certos casos, de instalar um vácuo, um lugar de não distância onde os corpos não se encontram mas onde as vozes – e o pensamento – podem viajar.
“Dantes, escreve Cocteau, as pessoas viam-se. Podíamos perder a cabeça, esquecer as promessas feitas, arriscar o impossível, convencer aqueles que adorávamos através de um beijo ou de um abraço. Um olhar podia mudar tudo. Mas, com este aparelho, o que acabou acabou”.
Terá mesmo acabado ou teremos reaprendido a viver tudo isto na sua transmutação simbólica em imagens e em sons? O corpo parece ter-se desprendido do real. Ocupa, agora, um não-lugar. Em A Voz Humana é nesse não-lugar que a relação da mulher com o seu ex-amante se movimenta.
Carlos Pimenta | Raquel Castro
28 A 30 OUT - SLTM
SOUNDWALKERS http://www.vimeo.com/1737899
28 A 30 OUT
SOUNDWALKERS
UM DOCUMENTÁRIO DE RAQUEL CASTRO
SEXTA E SÁBADO ÀS 20H00 E ÀS 22H15; DOMINGO ÀS 16H30 E ÀS 18H45
JARDIM DE INVERNO
ENTRADA LIVRE
CLASSIFICAÇÃO A DEFINIR
Soundwalkers, de Raquel Castro, é um inquérito, uma busca de sentido para os sons da nossa vida. Uma viagem pelos ruídos e os espaços e as pessoas e os espaços moldados pelos ruídos. Um documentário em que se procuram as formas dos sons e se interroga a nossa percepção e consciência dos lugares enquanto construções sonoras, dos lugares enquanto ligações aurais. Durante cerca de 35 minutos, artistas, músicos, arquitectos e outras pessoas que vivem atentas ao mundo sonoro, dão-nos ideias sobre o que é o Som e a importância de sabermos... ouvir.
29 OUT
CORPO, VOZ, ESCRITA, VOZ
CONFERÊNCIA
SÁBADO ÀS 18H00
JARDIM DE INVERNO
ENTRADA LIVRE
Maria Augusta Babo (semióloga) e José Bragança de Miranda (filósofo da comunicação) discutem o processo de mediação da voz, a partir de A voz Humana e Soundwalkers.
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